“Higesipo Brito” por Leila Brito (15 out. 2005 – oito anos post mortem)
Higesipo Brito, sua esposa Maria e seus dez filhos
Bodas de Ouro – 21 out. 1992
A MEMÓRIA E SEU SENTIDO EXISTENCIAL
Higesipo Brito: Uma Identidade Moral Forjada na Retidão de Caráter
LEILA BRITO
O que é a Memória senão a trajetória existencial percorrida por cada ser humano na Terra? E do que é formada essa trajetória senão das nossas próprias ações comportamentais? E o que determina essas ações senão a nossa visão de vida e de mundo? E o que conforma essa visão senão a nossa mentalidade? E o que gera essa mentalidade senão o nosso caráter? E o que forma o nosso caráter senão nossos princípios e valores morais?
A Memória pode ser conceituada, pois, como o arcabouço das ações comportamentais produtoras dos fatos que cunham a existência humana, identificando o caráter de quem a vive ou viveu. Sintetizando, a Memória de um ser humano é o reflexo do seu caráter, revelado ação pós ação no correr do tempo de sua vida até que seja interrompida pela morte.
E sendo a Memória o fruto do vivenciar um inextinguível presente, segundo o filósofo Plotino, que entendeu o Tempo como três dimensões integradas no momento que se vive: Presente Atual, Presente do Futuro e Presente do Passado (que se chama “memória”), cada ação comportamental empreendida no aqui e agora de nossas vidas constitui um fato gerador da nossa Memória, que revela os nossos princípios e valores morais e, consequentemente, o nosso caráter e, por extensão, a nossa Identidade Moral.
É neste sentido que a nossa visão de vida e de mundo, decorrente da nossa mentalidade gerada no nosso caráterformado pelos nossos princípios e valores morais, inspira todo cuidado, haja vista estarmos construindo, a cada ação comportamental empreendida no Presente Atual, o arcabouço da nossa Memória constituída do Presente do Passado e do Presente do Futuro. E é neste mesmo sentido, que devemos nos perguntar, a cada ato consumado: o que estou fazendo para construir uma Memória digna do meu nome, dos meus ascendentes e, especialmente, dos meus descendentes diretos a quem estou educando?
Certamente, que a cada ação empreendida ao longo de sua vida, Higesipo Brito se fez esta pergunta, mesmo que intuitivamente. A prova disto é ter construído uma Memória tão digna de seu nome, de seus ascendentes e de seus descendentes, que ele próprio a registrou com absoluta fidelidade aos fatos e a considerou merecedora de publicação. Razão pela qual, no plano da Identidade Moral, HIGESIPO BRITO merece ser visto por todos os seus descendentes diretos e indiretos como umÍcone Atemporal.
LEILA BRITO
Belo Horizonte, 15 OUT 2013
PS.: Estendo esta homenagem a Maria da Conceição Brito, falecida aos 91 anos, em 16 de outubro de 2011 (dois anos post mortem), que igualmente ao seu esposo Higesipo, construiu cuidadosamente a sua Memória, de forma a atestar uma Identidade Moral digna de seu próprio nome e de seus ascendentes e descendentes diretos e indiretos.
Em breve, mais um capítulo das memórias de Higesipo Brito.
Referência deste ensaio:
BRITO, Leila. A memória e seu sentido existencial: Higesipo Brito – uma identidade moral forjada na retidão de caráter. Chá.com Letras. Belo Horizonte, 15 out. 2013.
Ilustração:
Higesipo Augusto de Brito, sua esposa Maria da Conceição Brito e seus dez filhos: Britinho, Humberto, Stela, Leila, Francisquinho, Riva, Ângela, Guida, Clarinha e Geninho – Bodas de Ouro do casal, em 21 de outubro de 1992, em sua casa na cidade de Rio Acima-MG – Foto de autor desconhecido. Acervo da Família Higesipo e Maria Brito.
Leila, obrigada por ser a interlocutora de nossos sentimentos. As palavras não devem ser apenas belas, mas devem traduzir verdades, sentimentos, tempo, emoções. E você sabe bem como trazer à tona, com palavras, toda esta torrente de vida, esta história fabulosa que vivemos, construída pedra a pedra, gota a gota de suor e lágrimas, risos e poesia, por estas duas excepcionais personagens da vida real: Higesipo Augusto e Maria da Conceição
Querida Riva…
Bom saber que você está acompanhando passo a passo meus cuidadosos passos na edição das memórias do nosso Pai.
A pausa para esta homenagem é uma flor do campo que deposito na morada eterna dos nossos pais.
beijo com amor…
Leila
É muita emoçao para o meu coraçao!
Obrigada, Leila!!
Muita emoção, Clarinha!
Nesta semana, dediquei-me com exclusividade a esse trabalho, lendo e relendo peças do processo (que estudei em profundidade), relembrando cada momento de dor e de luta até vê-lo libertado de um sofrimento que quase o levou de todos nós.
Sim. O nosso Pai por pouco não foi vencido pela dor, embora o Pai dele não tenha resistido. Como isto doeu nele!… E como ele sofreu por isso!
Difícil perdoar as pessoas que tanto mal lhe fizeram.
Na verdade… Impossível perdoar.
beijo…
Leila