Revoluções Civis e Direitos
Navio Negreiro (1882) SOBRE OS DIREITOS RAQUEL DOMINGUES DO AMARAL Sabem do que são feitos os direitos, meus jovens? Sentem o seu cheiro? Os direitos são feitos de suor, de sangue, de carne humana...
Navio Negreiro (1882) SOBRE OS DIREITOS RAQUEL DOMINGUES DO AMARAL Sabem do que são feitos os direitos, meus jovens? Sentem o seu cheiro? Os direitos são feitos de suor, de sangue, de carne humana...
A Esquerda na Barafunda Maquiabólica de Gramsci com Stalin
ERIK HAAGESEN
Maquiavel foi um dos maiores teóricos, talvez o maior, da prática política.
Seu propósito, seu limite, seu drama e a razão de seu fracasso como ideólogo estão sintetizados na determinação histórica que simultaneamente os explica e caracteriza o pensador florentino enquanto, e contraditoriamente, gênio e retardatário, realista e utópico.
Discurso de Angela Davis no Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha,
25.07.2017, na Universidade Federal da Bahia
ANGELA DAVIS
Eu não tenho nem condições de expressar a vocês o quanto estou emocionada por estar aqui nesta noite. Para mim, é assim que deveria ser a aparência da universidade. Quero agradecer à Ângela Figueiredo, ao Odara. Quero agradecer também ao NEIM pelo convite para homenagear o dia 25 de julho. Essa é minha quarta visita a Bahia e sexta ao Brasil.
Neste momento, me sinto extremamente envergonhada por ainda não ter aprendido português. Esse é o meu próximo projeto. Estou muito feliz por estar aqui celebrando com vocês o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha. Na Bahia, o Julho das Pretas. Estou muito entusiasmada por estar aqui no Brasil, especialmente porque tenho acompanhado os acontecimentos que vêm se desenvolvendo dentro do movimento das mulheres negras.
Ver mais…
A ORIGEM DO RACISMO NA VISÃO DE FOUCAULT
LEILA BRITO
Parte I
A nova tecnologia de poder surgida na segunda metade do século XX
Trata-se do poder sobre a vida – Biopoder – sistema conformado na biopolítica da população, pois composto de mecanismos de regulamentação da assistência à mesma, que a toma como alvo, e não mais o indivíduo objeto do Poder Disciplinar. O poder não é mais exercido sobre o corpo do indivíduo (não mais se tem uma Microfísica do Poder), e sim sobre a vida da população. O poder não mais atua sobre o corpo individual, e sim sobre o corpo social.
Nesse processo, as doenças endêmicas, duradouras, que comprometem as condições de trabalho do indivíduo, sua força produtiva, recebem atenção do Estado, que passa a privilegiar ações de combate às mesmas. Assim, a medicina passa a exercer uma função política e o Estado uma função biolotizante. Tal biopolítica foi necessária para atender as exigências da evolução do sistema de produção capitalista.
Ver mais…
FILÓSOFO DA DIREITA E GURU DA ESQUERDA
JOSÉ CARLOS RUY
Tido como “auge da filosofia ocidental”, defensor da idéia de que “a escravidão é necessária à cultura”, Nietzsche transforma-se em guru da pós-modernidade, considerado como libertário até por setores progressistas.
A trajetória de Friedrich Nietzsche, hoje transformado em guru da pós-modernidade, foi paradoxal. Seu pensamento, elaborado nas décadas finais do século passado, foi descoberto pela intelectualidade européia no final de 1880, inspirou os movimentos direitistas e elitistas do começo do século e influenciou os ideólogos do nazismo e dos autoritarismos militares europeus.
A MORTE É O “DEXISTIR” DO EU ERIK HAAGENSEN GONTIJO Quando o corpo se desliga e tem início sua decomposição, chega ao fim o processo que chamamos de mente e que decorre do funcionamento...
A FAMÍLIA COM DEUS PELA HIPOCRISIA
LEOPOLDO REZENDE
O algoritmo do Facebook de algum modo nos proporciona uma certa paz de espírito. Ao distanciar minimamente da minha bolha virtual, as questões sobre justiça social e até mesmo a mais elementar empatia humana desaparecem cedendo lugar, quando não ao ódio, à hipocrisia. “O que há de errado em os deputados dedicarem seus votos às suas famílias, aos seus filhos e a Deus?” Perguntam aqueles que compactuaram com o moralismo hipócrita presente no rito do impeachment. Bom, os deputados só se esqueceram de dedicar o voto do “Sim” às acompanhantes de luxo, aos filhos bastardos, aos lobistas mais íntimos… situações típicas em Brasília. Mas isso implicaria estender o conceito de família, não é mesmo?! Algo que geraria um conflito moral de extrema grandeza para os parlamentares (!) e talvez, por isso, seja melhor manter as coisas como estão.
BEAUVOIR E A LEGALIZACÃO DO ABORTO
SIMONE DE BEAUVOIR
[Excerto da obra “O Segundo Sexo”] – Importante: esta exposição de seu pensamento sobre a mulher data dos anos 1940 (a obra foi escrita a partir de meados dessa década e publicada em 1949), o que atesta o entrave evolutivo de 76 anos, ocorrido no Brasil, que vem impedindo a imprescindível Legalização do Aborto, haja vista seu caráter de questão de saúde pública.
A MÃE
É pela maternidade que a mulher realiza integralmente seu destino fisiológico; é a maternidade sua vocação “natural”, porquanto todo o seu organismo se acha voltado para a perpetuação da espécie. Mas já se disse que a sociedade humana nunca é abandonada à natureza. E, particularmente, há um século, mais ou menos, a função reprodutora não é mais comandada pelo simples acaso biológico; é controlada pela vontade.
ERIK HAAGENSEN GONTIJO
No dia 21 de dezembro de 2015, Chico Buarque foi abordado numa rua do Leblon por ostrogodos antipetistas que, aos latidos, o afrontaram por seu posicionamento pró-PT e por possuir um apartamento em Paris.
Um deles grita que “o PT é bandido”, no que Chico retruca: “Acho que o PSDB é bandido, e agora? /…/ Procure se informar mais, com base na revista Veja você não irá muito longe”.
A partir da repercussão desse fato, um professor de ciência política da PUC-SP afirmou, em artigo publicado na revista Carta Maior (edição de 28 de dezembro), que a fala de Chico Buarque simplesmente “barrou a suposta moralidade golpista”:
Simone de Beauvoir, em suas memórias, nos dá a conhecer sua vida e sua obra. Quatro volumes foram publicados entre 1958 e 1972: Memórias de uma moça bem comportada, A força da idade, A força das coisas e Balanço final. A estes, se uniu a narrativa Uma morte muito suave, de 1964. A ampliação desse empreendimento autobiográfico encontra sua justificativa numa contradição essencial ao escritor: a impossibilidade de escolher entre a alegria de viver e a necessidade de escrever; de um lado, o esplendor do contingente, do outro, o rigor salvador. Fazer da própria existência o objeto de sua obra, em parte, solucionar um dilema.
Últimos Comentários