IRMÃO SOLIDÃO
Higesipo Brito Júnior
22.11.1943 – 02.09.1998
LEILA BRITO
Como uma vida
se ocultando no ventre da mãe
como uma noite
se perdendo no escuro do céu
como uma concha
se escondendo no fundo do mar
força contida
na dor oprimida
na ausência sentida
na sorte exaurida de ter e sonhar.
NÃO SE PODE TOCAR NOS PEIXES CAROLINA PAZOS Meu coração quer limpar o mar. Ficar quieto nele, habitá-lo. Cacei em corpos, sonhos, cidades, um terreiro aberto para construir a casa. Cidades furam redes, coqueiros,...
entre o céu e o mar um inefável espaço arrebata nosso olhar num vácuo de luz cristalina derramando em cascata transparência singular que nós podemos tingir com as cores do arco-íris ou o clarão...
Joguei no mar as sandálias que me impediam de caminhar na areia. Soltei no ar as ilusões que me vedavam as veias. Deixei no cais a verdade que me prendia em teias. Lancei-me nua...
Leila Brito é poeta e escritora (contista, ensaísta, cronista, romancista, memorialista e dramaturga), professora, pesquisadora, redatora, revisora e editora [graduada em Letras – PUC-Minas/1975, e pós-graduada em Filosofia – FAFICH-UFMG/2007], cantora e compositora.
Em sua autodefinição literária, considera-se: uma estropiada-bela / uma doida-lúcida / uma depravada-séria / uma proletária-intelectual.
DIREITOS AUTORAIS - É permitida a reprodução dos poemas e textos desta autora, na íntegra ou em parte, desde que feita com a devida citação da referência eletrônica ou bibliográfica disponibilizada em cada publicação.
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