Tagged: capitalismo

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Angela Davis, Racismo e Feminismo Negro

Discurso de Angela Davis no Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha,
25.07.2017, na Universidade Federal da Bahia
ANGELA DAVIS
Eu não tenho nem condições de expressar a vocês o quanto estou emocionada por estar aqui nesta noite. Para mim, é assim que deveria ser a aparência da universidade. Quero agradecer à Ângela Figueiredo, ao Odara. Quero agradecer também ao NEIM pelo convite para homenagear o dia 25 de julho. Essa é minha quarta visita a Bahia e sexta ao Brasil.
Neste momento, me sinto extremamente envergonhada por ainda não ter aprendido português. Esse é o meu próximo projeto. Estou muito feliz por estar aqui celebrando com vocês o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha. Na Bahia, o Julho das Pretas. Estou muito entusiasmada por estar aqui no Brasil, especialmente porque tenho acompanhado os acontecimentos que vêm se desenvolvendo dentro do movimento das mulheres negras.
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Filósofo da Direita e Guru da Esquerda

FILÓSOFO DA DIREITA E GURU DA ESQUERDA
JOSÉ CARLOS RUY
Tido como “auge da filosofia ocidental”, defensor da idéia de que “a escravidão é necessária à cultura”, Nietzsche transforma-se em guru da pós-modernidade, considerado como libertário até por setores progressistas.
A trajetória de Friedrich Nietzsche, hoje transformado em guru da pós-modernidade, foi paradoxal. Seu pensamento, elaborado nas décadas finais do século passado, foi descoberto pela intelectualidade européia no final de 1880, inspirou os movimentos direitistas e elitistas do começo do século e influenciou os ideólogos do nazismo e dos autoritarismos militares europeus.

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Walter Benjamin (Parte III)

A OBRA DE ARTE
NA ERA DA SUA REPRODUTIBILIDADE TÉCNICA (Parte III)
WALTER BENJAMIN
XII
A reprodutibilidade técnica da obra de arte altera a relação das massas com a arte. Reaccionárias, diante, por exemplo, de um Picasso, transformam-se nas mais progressistas frente a um Chaplin. O comportamento progressista é caracterizado pelo facto do prazer do espectáculo e da vivência nele suscitar uma ligação íntima e imediata com a atitude do observador especializado. Tal ligação é um indício social importante. Porque quanto mais o significado social de uma arte diminui, tanto mais se afastam no público as atitudes, críticas e de fruição – como reconhecidamente se passa com a pintura. O convencional é apreciado acriticamente e o que é verdadeiramente novo é criticado com aversão. No cinema, coincidem as atitudes críticas e de fruição do público. Neste caso, a circunstância decisiva é que em nenhum outro lugar, como no cinema, a reacção maciça do público, constituída pela soma da reacção de cada de um dos indivíduos, é condicionada à partida pela audiência em massa. À medida que essas reacções se manifestam, o público controla-as. A comparação com a pintura continua a ser útil. A pintura sempre foi apresentada para ser vista por uma, ou algumas pessoas. A observação simultânea de pinturas, por parte de um grande público, como sucede no século XIX, é um sintoma precoce da crise da pintura que, não só através da fotografia, mas também de modo relativamente independente dela, foi desencadeada pela pretensão da obra de arte, a dirigir-se às massas.

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Walter Benjamin (Parte II)

A OBRA DE ARTE
NA ERA DA SUA REPRODUTIBILIDADE TÉCNICA (Parte II)
WALTER BENJAMIN
V
A recepção da arte verifica-se com diversas tónicas, quais se destacam duas, polares. Uma assenta no valor culto, a outra no valor de exposição da obra de arte10;11. A produção artística começa por composições ao serviço do culto. E lícito supor-se que estas composições sejam mais importantes pela sua existência do que pelo facto de serem vistas. O alce representado pelo homem da idade da pedra, nas paredes das suas cavernas, é um instrumento mágico. É certo que ele o expõe perante os outros homens, mas é principalmente dedicado aos espíritos. Hoje o valor de culto parece requerer que a obra de arte permaneça oculta: certas estátuas de deuses só são acessíveis ao sacerdote na sua cela, certas virgens permanecem cobertas durante quase todo o ano, determinadas esculturas em catedrais medievais não são visíveis observador que está no plano térreo.

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Walter Benjamin (Parte I)

A OBRA DE ARTE
NA ERA DA SUA REPRODUTIBILIDADE TÉCNICA (*)
WALTER BENJAMIN
As nossas belas-artes foram instituídas e os seus tipos e usos fixados numa época que se diferencia decisivamente da nossa, por homens cujo poder de acção sobre as coisas era insignificante quando comparado com o nosso. Mas o extraordinário crescimento dos nossos meios, a capacidade de adaptação e exactidão que atingiram, as ideias e os hábitos que introduzem anunciam-nos mudanças próximas e muito profundas na antiga indústria do Belo. Em todas as artes existe uma parte física que não pode continuar a ser olhada nem tratada como outrora, que já não pode subtrair-se ao conhecimento e potência modernos. Nem a matéria, nem o espaço, nem o tempo são desde há vinte anos o que foram até então. E de esperar que tão grandes inovações modifiquem toda a técnica das artes, agindo, desse modo, sobre a própria invenção, chegando talvez mesmo a modificar a própria noção de arte em termos mágicos.
Paul Valéry: Pièces sur l’art. Paris (s. data) pp. 103/104 (‘La conquête de l’ubiquité”).

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Modernidade e Pós-Modernismo: Continuidade ou Ruptura?

Modernidade e Pós-Modernismo: Continuidade ou Ruptura?
GUSTAVO HENRIQUE LOPES MACHADO
Nos últimos tempos se tem feito muito alarde em torno do termo pós-moderno. As interpretações vão desde aqueles pensadores que veem no mundo após a segunda grande guerra, ou pelo menos desde o maio francês, uma nova forma de organização social, um novo período histórico, comumente designado de sociedade pós-industrial ou de pós-modernidade, até àqueles que veem no pós-modernismo uma mera corrente literária fora de moda. Em outras palavras, a questão gira em torno de se existe ou não uma ruptura entre o mundo contemporâneo e o que se convencionou chamar de modernidade.

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O Pobre e a Forma de Vida Capitalista

NADA MAIS NATURAL QUE UM POBRE DE  DIREITA ERIK HAAGENSEN GONTIJO Ou um “classe média”; e o que dizer do rico? Nada mais sobrenatural (sim, esse é o termo) que pobres, classe-médias e principalmente...

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Lukács e a decadência ideológica burguesa

György Lukács O Capitalismo Criou Ser Humano Adequado ao Consumo ESTER VAISMAN Em sua análise da decadência ideológica da burguesia, a professora e pesquisadora Ester Vaisman explica como a manipulação do capitalismo atravessa todas...