De Vênus para Vênus
PRIMEIRA MORTE
LEILA BRITO
Começava a morrer ali
e já me conformava
me preparava
antecipando o momento.
Saí levada
pelo eco das palavras
lançada em resposta
pisando no ar.
Conselho amigo
me pediam para matar
destruir um pedaço de mim
todo meu ser resistia
minhas vísceras respondiam
por que a razão aplaudia?
Interessante…
me pediam para matar
a minha parte mais importante
a que gerou vida
a que multiplicou
cruel ironia!
Morrer por onde eu nasci
até que conforta
é como retornar
pela mesma porta.
Viver morrendo
morrer nascendo.
Assim me sinto
à espera da primeira morte.
Ensaio fúnebre
me consumindo
me acabando
me faz seguir voltando
me faz partir ficando.
Referência:
BRITO, Leila. Primeira morte (composto às 10:00 de 23.11.1986). ChácomLetras, 14 abr 2019. Disponível em: http://www.chacomletras.com.br/2019/04/de-venus-para-venus/
Ilustração – “La nascita di Venere” (O Nascimento de Vênus) – Tela de Sandro Botticelli – Google Art Project.jpg, original do Google Art Project. “A tela descreve a deusa Vênus emergindo do mar como uma mulher feita chegando na costa do mar. A concha do mar relaciona-se a um símbolo, na Antiguidade Clássica, da vulva da mulher. Provavelmente baseada na Vênus de Medici – uma escultura de mármore de Afrodite do grego clássico.”
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Nascimento_de_V%C3%AAnus#/media/File:Sandro_Botticelli_-_La_nascita_di_Venere_-_Google_Art_Project_-_edited.jpg
Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu! Gostei.
Obrigada, Tom Vital. Abraço…
É uma honra para esta poeta conquistar a sua admiração, Tom Vital. Venha sempre nos visitar. Abraço…