Vídeo em Destaque (A filosofia Kantiana)

Immanuel Kant (1724 – 1804)

A importância do pensamento filosófico kantiano

LEILA BRITO

Immanuel Kant é de origem alemã, tendo nascido em Königsberg, atual Kaliningrado (pertence à Rússia desde 1946), em 22 de abril de 1724. Solteiro e sem filhos, faleceu em 1804, com cerca de 80 anos.

Segundo Tedéia (2004, p. 61), não se escreveu, ainda, uma biografia que interprete seu pensamento “como reações desde dentro das tradições filosóficas ao complexo conjunto de mudanças estruturais e desenvolvimentos culturais que tipificam a modernidade” (CAYGILL, 2000, p. 20). Defensor das idéias do Iluminismo, com a ascenção do contra-iluminista Frederico Guilherme III ao trono da Prússia (1786), Kant recebeu uma repreensão do gabinete imperial pelo mal uso da Filosofia’, por conta do seu A religião dentro dos limites da simples razão(1793). Sua resposta retoma a distinção entre o público e o privado da razão, esta como professor, dentro dos limites impostos pela autoridade, aquela voltada para o público erudito e território de juízos não-acessíveis ao público não-especializado (CAYGILL, 2000, p. 21-22).

Ao escrever suas Críticas, Kant funda a transição da Filosofia à modernidade, ressaltando-se que, “a certidão de nascimento e o primeiro momento desta que é a passagem da Filosofia à modernidade é a sua teoria do conhecimento exposta em Crítica da razão pura (1781), cuja questão principal é: ‘como fazer um bom uso do entendimento?’, ou ainda, ‘o que me é dado conhecer?’ (KANT, 1890, prefácio à segunda edição)” (TEDÉIA, 2004, p. 62). Esta fase do pensamento kantiano “tem seu apogeu em Crítica da razão prática (1788), na qual apresenta as bases de sua filosofia moral, cuja questão é: ‘o que funda a ação humana?’, ou ainda, ‘o que me é dado fazer?’ ‘. Evoluindo seu pensamento, em sua Crítica do juízo (1790), “cujo objeto é a intuição estética posta como fundamento para a síntese entre a sensibilidade – base da imaginação tornada agora racional – e o entendimento, quando ordena conceitualmente as impressões trazidas pelos sentidos, tornando-se, então, sensível (LEBRUN, 1993, p. 1-19, passim)”, Kant afirma a amplitude de suas realizações conceituais, razão pela qual:

“A influência da filosofia de Kant foi, e continua sendo, tão profunda e tão vasta a ponto de converter-se em algo imperceptível. A investigação filosófica, no âmbito das tradições “analítica” e “continental”, é impensável sem os recursos lexicais e conceituais legados por Kant. Mesmo fora da filosofia, nas humanidades, ciências sociais e ciências naturais, os conceitos e estruturas de argumentação kantianos são ubíquos. Quem quer que exerça a crítica literária ou social está contribuindo para a tradição kantiana; quem quer que reflita sobre as implicações epistemológicas de sua obra descobrirá estar fazendo-o dentro dos parâmetros estabelecidos por Kant. Com efeito, muitos debates contemporâneos, em teoria estética, literária ou política, mostram uma peculiar tendência para converter-se em discussões em torno da exegese de Kant. Em suma, nos menos de 200 anos desde a morte de seu autor, a filosofia kantiana estabeleceu-se como indispensável ponto de orientação intelectual” (CAYGILL, 2000).

Referências:
CAYGILL, Howard. Dicionário Kant. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000.
LEBRUN, Gérard. Prefácio. In: Kant e o fim da metafísica. Tradução de Carlos Alberto Ribeiro de Moura. São Paulo: Martins Fontes, 1993. Coleção Tópicos.
TEDÉIA, Gilberto. Pequena biografia filosófica de Kant. Prisma Jurídico, set., a./v. 003, p. 59-67, 2004. Disponível em: http://redalyc.uaemex.mx/pdf/934/93400304.pdf

Referência deste artigo:
BRITO, Leila. A importância do pensamento filosófico kantiano. Chá.com Letras, Belo Horizonte, 10 jun. 2012. Disponível em: www.chacomletras.com.br

Ilustração:
Foto de Immanuel Kant. Disponível em: http://explicacoes-filosofia.com/filosofos.html

Vídeo em Destaque:
“Kant” -Produzido por Atta Mídia e Educação. By Faccenter LHP. Aula ministrada pelo Professor Antônio Joaquim Severino – professor titular de Filosofia da Educação na Faculdade de Educação da USP. Disponível em: http://www.youtube.com/watchv=ywHVD6RaHZM