Fēmĭna
Primeiro eu parei diante do mar,
e me deixei ficar um longo tempo,
em capturada espera,
ouvindo o refluxo das ondas marulhando segredos meus.
Depois vaguei descalça pela areia um longo percurso,
em enclausurada busca,
ouvindo o adejar da brisa voejando desejos meus.
Por fim, me despi de mágoas e medos,
e me libertei Mulher Sereia,
na profundez das águas dos desafios meus.
LEILA BRITO
JAN 2007
Referência:
BRITO, Leila. Mulher Sereia. Belo Horizonte: LetraporLetra, 2007.
Ilustração:
A Pequena Sereia – escultura de Carl Jacobsen (1913), é o símbolo de Copenhagen.
Foto: ©Lucia Malla.
A gratidão é nossa Grande Sereia,que nos presenteia com a Beleza!!!!!
Outra doida- lúcida!!!!!
A nossa Grande Sereia, nos presenteia com o mar, em sua areia branca… e o vai-e-vem das ondas a espolcar nos rochedos.
Sereias e serenas. A serenidade atrás da coragem de ser mulher. Minto. A serenidade totalmente escancarada que esconde qualquer medo e insegurança, coisas que a mulher não se permite sentir. Não que ela não possa, ela não quer.
Lindo, daria um belo “pps”…
Segredos, desejos e desafios…
Mar, areia e sereia…
Tudo muito feminino, artístico e poético, “a la” Adélia Prado.
Parabéns pelo Grande Dia!
Adelia, aprendi muito com suas palavras e acho que voce e Um Negocio Superior!
Linda poesia!!! fiquei encantada!!! Parabéns.
Fiquei com vontade de libertar-me Mulher Sereia também…
Valeu, Ana!
Mas não deixe de assistir a essa palestra da Adélia Prado. É magnífica!
Estou relutando em retirá-la do blog, tamanho o seu valor literário e humano.
Saudades de você.
Abração…