Dedicado aos poetas
Sem qualquer aviso
sequer um aceno branco
perdido na virgindade do ar
me deserto de você.
Rompo a muralha erguida
com mãos solitárias
mãos de marcas digitais
conduzidas pela poesia
consumidas pelo frenesi da espera.
Sem qualquer aviso
me deserto de você
e me comprometo
irremediavelmente
com a saudade.
LEILA BRITO
Referência:
BRITO, Leila. Mulher Sereia. Belo Horizonte: LetraporLetra, 2007. p. 36.
Ilustração:
Foto de autor desconhecido.
Disponível em: <http://repensandodiferente.blogspot.com.br/2012/04/o-desespero-tristeza-e-flor.html>
Que poema fascinante Leila Brito!
Descreve exatamente o que passo no momento!
Leste meus pensamentos.
Que bom tocar seus sentimentos, Goretti.
Bem-vinda ao Chá.com Letras!
É como os poetas escrevem por nós. Eu desertei e hoje sou só saudades. Lindo poema.
Letícia…
E não é que eu também desertei da poesia?
Por isso, ando me roendo por dentro com a falta que esse poetar me faz…
É que, inesperadamente, vi-me num imprevisto redemoinho que arrancou-me, num puxão, da cena poética, e ando pelos ares tentando um pouso numa planície qualquer.
Mas em breve eu volto.
Alegria ter você por aqui novamente.
beijos,
Leila
Muito Bom!