Vídeo em Destaque (Antonio Candido)
Antonio Candido e sua mulher Gilda de Mello e Souza, em 1943.
Antonio Candido de Mello e Souza
Crítico, historiador literário, escritor, ensaísta e professor universitário brasileiro nascido no Rio de Janeiro -RJ, em 1918, criador de um estilo elegante e claro de evidências sociológicas, considerado o maior crítico literário brasileiro, e uma das grandes figuras do meio intelectual e decano da crítica literária no País.
Passou a infância e boa parte da juventude em Minas Gerais, em Poços de Caldas. Mudou-se para São Paulo, entrou para a Faculdade de Direito e Filosofia (1939), graduando-se em Filosofia (1942) depois de abandonar o curso de Direito. A partir de então começa a se destacar como um intelectual, com uma carreira profundamente marcada por seu trabalho acadêmico, iniciada na Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo (1942) e prolongada por toda a sua vida, inclusive em instituições estrangeiras. Lecionou sociologia antes de se tornar professor de Literatura Brasileira e chefe do departamento de Teoria Literária da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de São Paulo.
Estreou na crítica com o ensaio Brigada ligeira (1945) e fez crítica literária, nos dois anos seguintes, no Diário de São Paulo. Publicou Ficção e confissão (1956), um estudo sobre a obra de Graciliano Ramos, ao qual se seguiram O observador literário (1959) e Tese e antítese (1964). Desenvolveu pesquisa sociológica sem motivações literárias, estudando o caipira paulista e a transformação de seus meios de vida. Prêmio Luis de Camões (1998), o mais importante da língua portuguesa, instituído pelo Ministro de Cultura de Brasil pela Secretaria de Cultura de Portugal.
Em sua obra também tiveram importância Formação da literatura brasileira (1959), que lhe trouxe fama definitiva, e Os parceiros do Rio Bonito(1964), e ainda outros ensaios, como Literatura e sociedade (1965), Vários escritos (1970) e Teresina etc. (1980). Também publicou, com José Aderaldo Castelo, os três volumes, de história e antologia, de Presença da literatura brasileira (1959).
Como crítico literário em diversos órgãos da imprensa, descobriu nomes da literatura brasileira como João Cabral de Melo Neto, João Guimarães Rosa e Clarice Lispector, entre muitos outros. Como ativista político, lutou contra o regime autoritário do Estado Novo e foi um dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro, o PSB (1947), e é membro fundador do Partido dos Trabalhadores, o PT, do qual se desfiliou após em 2002 (UFCG, s/d).
Há alguns anos, indagado sobre como se deu o seu encontro com a literatura, Antonio Candido disse que tinha nascido com ela. Seu pai, um médico descendente de barões do Império, queria que ele seguisse sua carreira, o que o filho hoje acha até natural. Naquela época, quem cursava universidade optava por ser engenheiro, advogado ou, claro, médico. Ao fazer a prova de inglês, Antonio Candido foi reprovado. E se sentiu aliviado. Ele entrou para a Faculdade de Filosofia da USP e, a pedido do pai, cursou ao mesmo tempo Direito. No primeiro curso, especializou-se em ciências sociais e publicou sua clássica tese sobre o universo caipira paulista, “Os Parceiros do Rio Bonito”. Nesse período, nutriu-se do melhor conhecimento ao ter como professores a chamada “missão estrangeira”, europeus que vieram para o Brasil e ministravam cursos no idioma de origem, caso de Roger Bastide, Paul Arbousse-Bastide, Paul Hugon, Jean Maugué, Pierre Monbeig e Luigi Galvani. Essa erudição seria compartilhada mais tarde na atividade diária de professor, em aulas “inenarráveis”, conforme a discípula e professora de literatura Walnice Nogueira Galvão. Casado com a filósofa, crítica literária e professora Gilda de Mello e Souza, falecida há seis anos, Antonio Candido estendeu seu brilho também à família: suas filhas Laura e Marina de Mello e Souza destacam-se como historiadoras e Ana Luisa Escorel, como designer e editora de livros, sendo responsável pela reedição da portentosa obra do pai (CLAUDIO, 2011).
LEILA BRITO
Belo Horizonte, 9 de julho de 2012.
Referência:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG. Antonio Candido de Mello e Souza. Disponível em: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/AntCMSou.html
CLAUDIO, Ivan. Antonio Candido: brasileiro do ano na cultura. Isto É Independente, n. 2195, 2 dez. 2011. Disponível em: http://www.istoe.com.br/reportagens/181361_
ANTONIO+CANDIDO+BRASILEIRO+DO+ANO+NA+CULTURA
Ilustração:
Antonio Candido e sua mulher Gilda, em 1943. Foto de autor desconhecido.
Disponível em:http://www.istoe.com.br/reportagens/181361_
ANTONIO+CANDIDO+BRASILEIRO+DO+ANO+NA+CULTURA
Vídeo:
FLIP – Antonio Candido – Produção REDESTV – 2011. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=z912yXNZY94&feature=player_embedded
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