Filosofando sobre o direito à morte

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13 Comentários

  1. Letícia Pinheiro disse:

    É complexo mesmo Leila. A questão de respondermos isso por alguem é de uma responsabilidade e de uma irresponsabilidade ao mesmo tempo. Quando a vida deixa de ser melhor que a morte, desvincular a matéria da vida, como se, quem já não prima pela vida visse na morte uma forma de se liberta de qualquer tipo de sofrimento e aflição. E isso ocorre mesmo não tendo a certeza do que ocorre depois.
    Falando unicamente por mim, afirmo que não gosto mesmo de julgar nessa questão. Porque acho que quem chega a esse ponto de querer o direito à morte ( não importando de que forma) já está a um nível de sofrimento tão grande.

  2. Solange disse:

    Leila, li gostei.
    Mas fazer comentário não sei.
    Não gosto muito de falar em MORTE.
    Eu 74 anos – meu marido 80 anos.
    A morte, vira um monstro q pode chegar a qualquer momento.
    Beijos

  3. Leila Brito disse:

    Querida Solange…

    Escrevi este ensaio, em 2003, quando participava de um grupo de debate, via Internet, liderado pelo meu amigo professor de História e autor de livros didáticos e paradidáticos Ricardo Moura Faria (saudades daquele tempo, Ricardo!). A motivação dele na escolha do tema foi a polêmica gerada por uma solicitação de Eutanásia ao governo francês. Não me recordo se pela enferma ou se pela família dela, em seu nome.

    Lamento tê-la impressionado, minha amiga. Sei que o tema é delicado e forte, mas, realista e naturalista que sou, e sendo a Morte inevitável e NATURAL, depois de vivenciar a experiência de tê-la sentido próxima, bem próxima de mim, em 1987 (ocasião em que compus o último poema postado aqui no blog: “Naquelas madrugadas…”), e questionando a conotação religiosa NEGATIVA que sempre lhe foi dada (de se pagar no fogo do inferno pelos “pecados” cometidos em vida), eu (e isto é algo pessoal, claro!) optei por encará-la de frente, sem medo, independente da idade que ela decidisse levar-me.

    Na verdade, nunca tive medo dela, apenas me preocupei, nessa ocasião específica em que ela se achegou de forma ameaçadora, com meus filhos ainda crianças, que ela me levasse antes de educá-los e capacitá-los para “andar” com as próprias pernas. Como vê, uma preocupação de ordem prática.

    Comentar sobre este fato, lembrou-me outro poema que escrevi anteriormente, em 1986, salvo engano – “Confissão”. Vou postá-lo a seguir, especialmente, para você, Solange – para que reflita. É uma forma de passar-lhe um sentimento positivo contrário ao comumente negativo sentido pelos humanos (culturalmente estimulados a tomar a morte como castigo) em relação a este fim existencial que, no meu entendimento, deve ser assimilado, se não com alegria, pelo menos com SABEDORIA. Pense: quanto mais velho se morre, mais gratificada a pessoa deve morrer, pela dádiva de ter vivido o máximo de tempo possível, pois isto é privilégio de poucos, concorda?

    De minha parte, pretendo morrer feliz, seja lá a idade em que tal ocorrer, pois encaro a Morte como coroamento da Vida. Mas teimosa que sou, pretendo viver muito e ser a velhinha mais porralouca do pedaço, que nem a Maude de “Ensina-me a viver”… rsrs Mas sem o final que ela buscou.

    Abraço,
    Leila

    PS.: sugiro-lhe que veja filme: “Ensina-me a viver” ou, no título original, “Harold e Maude”. É fantástico! Maravilhoso!!!

  4. José Augusto Nozes Pires disse:

    Corajoso colocar o tema. Os filósofos sempre se interessaram pela morte, mas, como dizia Espinosa, pensam mais na vida (como vivê-la), a morte dá a finitude do ser. Adequada e célebre a ilustração. Excelente, como sempre, o texto de Borges.

  5. Walter Hauer disse:

    Leila, não consigo separar a morte na forma de suicídio e aborto das religiões, as suas regras de dominação atravéz da moral imposta. Quem inventou a primeira puta, foi um religioso regeitado por uma viúva muito bonita e assim recebendo o apoio das perversas da hora, puderam exercitar o sádismo “puritano” no seu orgasmo pleno, quem traduziu que mãe solteira é puta? Quem excíta a discriminação entre “puros” e pecadores? Pois é na mesma forma que no passado extraiam confissões atravez da tortura pregando a tolerância, hoje eles apelam mais uma vez na forma covarde de sua prejudicial existência. Materia prima de religião é miséria, ignorâcia e angustia. É muito mais harmonioso com a natureza humana uma festa do calígula do que uma missa com quem parío o demônio…

  6. Leila Brito disse:

    Walter…

    Atéia que sou, por convicção (posso dizer que meu ateísmo é crônico), vejo a(s) religião(ões) como um mal terrível. Dentre seus malefícios centrais: 1) o rebaixamento do homem como ser “dïminuto” e “sujo” perante a grandeza e pureza de deus – o onipotente, onipresente e onisciente que tudo pode; e 2) a sua dependência psico-emocional a esse poder todo poderoso que o aliena do seu próprio ser, da sua potencialidade humana e da sua realidade existencial, aprisionando-o na fantasia covarde da vida além da morte (incentivar capciosamente o medo da morte, pela sua negação com a promessa da vida eterna, é o alvo principal das religiões).

    Alienação perniciosa cujo fim único é destitui-lo de senso crítico, imobilizando-o pela ignorância (como você bem disse), para que seja mais facilmente dominado pelos mais fortes, como bem nos lembra Marx com sua célebre frase: “A religião é o ópio do povo”. Portanto, é uma droga mesmo.

    Abraço…

  7. ANA LUNA disse:

    A AFIRMAÇÃO ” …O CORPO É UM ESTORVO…” ALÉM DE MUITO PROFUNDA É UM DESPRENDIMENTO TOTAL.
    MUITO BOM TEXTO….
    BJUSSSSSSSSSSSSSSSS

  8. Que maravilhoso texto, Leila. Tenha pensado muito sobre isso e tenho programado uma crônica a fazer sobre esse mesmo assunto. Pena que estou apressadíssimo (tratando da renovação da CNH no DETRAN) e não possa ficar mais tempo.

    Adquiri recentemente o livro (best seller americano), intitulado “A Solução Final” (recomendo fortemente esta leitura) que trata exatamente sobre este assunto, apoiando o direito de qualquer pesoa morrer com dignidade e poder escolher e/ou autorizar pela eutanásia, ortotanásia ou “suicídio assistido” a hora e a forma da sua morte.

    É um tema que precisa ser seriamente discutido. Alguns países já reconhecem esse direito ao ser humano, mas a maioria não.

    Volto aqui com mais tempo para falarmos sobre isso. Procure o livro recomendado, vasculhe bibliotecas, sebos e internet, mas ache-o. LEIA O LIVRO, LEILA! (só não digo que é uma ordem, porque não tenho autoridade para tanto). O meu, demorei mais de um mês e só consegui por encomenda, em um sebo virtual.

    Obrigado pelo seu texto (Grupo Bilderberg e palavras de Kennedy sobre “A Nova Ordem Mundial”), colocado pela Marilda na rede Observatório Político Brasileiro. Veja lá o meu comentário.

    Se quiser aprofundar-se sobre o assunto (os judeus e a “nova ordem mundial”), visite a rede “Irreligiosos” (http://irreligiosos.ning.com). O texto fala sobre a inquisição católica e os perigos do islamismo e do judaísmo.

    Abraços!

  9. Em tempo: Desculpe os erros de digitação e palavras repetidas em parágrafo no comentário anterior. É a pressa.

  10. Leila Brito, minha irmã espiritual, aonde suas severas críticas sempre construtivas elevou meu espírito, me conduzindo com mais liberdade, dizendo realmente o que vem do fundo da minha alma e do meu ser.

    Todos tem o direito de desfrutar sua vida.
    Alguns, captam, recebem com mais facilidade as mensagens de firmesa da força para proseguir.

    Outros, não conseguem absorver esta força, são almas fracas que tem seu destino traçado para
    viverem até o dia já predestinado.

    No sofrimento físico, quando não se tem mais condições de a Medicina algo fazer, concordo com a eutanasia.

    Do sofrimento espiritual daquele ser que não pratica o bem, somente a maldade, o egoismo perverso,
    prejudicando o próximo, não haverá quem o socorra; esta alma perversa nem a eutanasia, nem
    o suicídio, vão livrá-la de vagar pelos becos mais penosos e obscuros no caminho das trevas.

    Sabemos que a vida é linda e temos todas as oportunidades para vivê-la.

    Recebemos a força; cabe a cada um de nós dirigir o caminho no sentido positivo do equilíbrio, do correto, orientando, criticando, aceitando, amando e ensinando.

    Eu amo o meu pé de louro com 38 anos de idade aonde o beija-flor faz seu ninho, alí ganhando seus
    filhotes; troco todos os dias sua água doce; quando esqueço, eles entram na casa me avisando, isto é a magia do amor, do viver bem, do querer o melhor para todos.

    Não devemos temer a morte.

    Este mundo não é nosso, estamos nele de passagem, e devemos apreciar o brilho das estrelas

    Marilda Oliveira

  11. Achel Tinoco disse:

    A vida inteira tentamos driblá-la e quando, finalmente, a esquecemos, ela nos passa a perna. E recomeçamos tudo outra vez…

  12. Carlos Curare disse:

    Brinco de esconde-esconde com a morte, há cinco décadas! Mas, a cada dia, fica mais difícil achar um lugar para me esconder. rs

  13. Sou a favor da legalização da eutanásia. A vida, em que pese alguns assim o acharem, não é bem indisponível. Prova disso é que o suicídio não é punível do ponto de vista do Direito Penal, em face de um princípio desse ramo do Direito, segundo o qual ninguém será punido pelo mal que pratica contra si mesmo (princípio da alteridade), a não ser com objetivo de fraude. Entretanto, tenho posição contrária ao aborto, uma vez que a vida que a mulher carrega no ventre não lhe pertence, não cabendo o qrgumento que se trata de direito relacionado ao próprio corpo.

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