Category: Literatura

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O Underground Charles Bukowski

BUKOWSKI – BORN INTO THIS
ENTREVISTA
Qual é a sua definição de sexo?
Sexo é algo que você pode fazer, quando não consegue dormir. Eu não tive o meu pedaço de bunda até meus 24 anos. Eu não era um cara bonito. Não tinha dinheiro. Eu era um vagabundo.
Quem foi sua primeira mulher?
Pois bem, foi com uma puta de 300 kg. Desculpe, sabe? Como eu nunca fui do time da escola ou algo assim, eu era renegado. Então, eu conheci essa garota no bar e… Ela parecia gostar de mim. A primeira garota que gostou de mim, sabe? Ela tinha uma bunda enorme, ela era uma mulher.
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A Poesia Marginal De Bukowski

O GÊNIO DA MULTIDÃO
CHARLES BUKOWSKI
Há suficiente traição
ódio e violência absurda
no ser humano mediano
para abastecer qualquer exército
em qualquer dia
e os melhores em matar
são aqueles que pregam contra
e os melhores em odiar
são aqueles que pregam o amor
e os melhores na guerra
– finalmente – são aqueles
que pregam a paz.
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Luana Simonini em poética “Revoada”

REVOADA

LUANA SIMONINI

O que tem por trás das despedidas? Um abraço longo de duas pessoas que não sabem como será a partir dali.

Despedir é transbordar em reticências.

E eu transbordei, filha. Me afoguei no meu silêncio. Meus pulmões não suportavam mais respirar palavras.

Desmanchei.

Não sei onde perdi as cores da parede desse quarto. Sempre foram brancas? Encardidas como aquele espaço entre um azulejo e outro do banheiro? Um vazio preenchido da sujeira que deixamos pra lá, pra amanhã, pra nunca, pra sempre?

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O poder literário de Luana Simonini

O Poder Literário de Luana Simonini
LUANA SIMONINI

Escrever é confessar. Confesso. Tenho medo da página em branco.
E se a vida espera da gente coragem, como disse Guimarães Rosa, escolhi enfrentar o espaço vazio praticamente todos os dias.
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O poder literário de “Controverso”

Das histórias que beliscam
Leila Brito
Em Controverso, somos atraídos por Luana Simonini ao seu universo de intrigantes personagens que, carregando em suas ações um discurso mudo a desnudar fatos e acontecimentos da vida real, expressam a sua própria concepção ideológica da questão feminina a se debater no cerne de um quotidiano habitado pelas agruras do sistema patriarcal: “O peso do fracasso a derruba para o lado oposto. Do lado de cá do viaduto, caída no asfalto, ela não tem outra opção senão olhar para o céu. De novo, os filhos invadem suas lembranças. Naquela imensidão escura, sente-se irremediavelmente só”.

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Violette Leduc segundo Simone de Beauvoir

PREFÁCIO DO LIVRO “A BASTARDA” DE VIOLETTE LEDUC
SIMONE DE BEAUVOIR
Porque “nunca está satisfeita”, permanece disponível, todo encontro pode aplacar sua fome ou pelo menos distraí-la. A todos com quem cruza concede uma profunda atenção. Desmascara as tragédias, as farsas que se escondem sob aparências banais. Em algumas páginas, em algumas linhas, anima os personagens que atraíram sua curiosidade ou amizade: a velha costureira albigense, que vestiu a mãe de Toulouse-Lautrec; o eremita cego de um olho, de Beaumes-de-Venise; Fernand, o “abatedor”, que sorrateiramente abate bois e carneiros, uma cartola à cabeça, uma rosa entre os dentes. Comoventes, extraordinários, eles nos prendem como a prenderam.

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O boicote editorial e o preconceito contra o autor nacional

O BOICOTE EDITORIAL AO AUTOR NACIONAL
RUBENS FRANCISCO LUCCHETTI
Desde muito cedo, tive inclinação para a escrita. E, num dia do final de 1944 (foi numa das minhas últimas aulas que tive no antigo curso primário), a professora perguntou aos alunos o que queriam ser quando crescessem. Fui a única nota destoante da classe. Todos respondiam: médico, dentista, advogado, enfermeira, professora etc. Fui o único que disse que desejava escrever. Vi os risinhos dos colegas, o ar de mofa da professora. Mas não me dobrei. Segui o meu sonho. Na verdade, sigo até hoje esse sonho.
Não é nada fácil ser autor em nosso país e ver seu livro publicado.
As grandes editoras só se interessam pelos medalhões (ou então por livros de auto-ajuda) ou por livros traduzidos (best-sellers que já vêm com propaganda feita em seus países de origem).

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A Crítica Necessária À Autoridade Do Editor

O Homem Que Lutou Para Aceitar O Original De Um Novato — Ou A Crítica Necessária À Autoridade Do Editor
LUIZ SCHWARCZ
A relação entre os escritores e seus editores poderia render um blog exclusivo, monotemático. Não chegarei a tanto, mas pretendo explorar o assunto em vários posts. O tema é complexo, pode ser abordado por vários ângulos. Dedicação, lealdade e amizade que em muitos casos sedimentaram o trabalho compartilhado entre autores e editores são fonte de muitas histórias edificantes, que poderiam servir de incentivo a jovens que desejam se tornar profissionais do livro. Com maior divulgação, a história da relação de Max Perkins com seus principais escritores certamente atrairia muita gente ao mundo das editoras. Perkins foi o editor da Scribner, casa que descobriu e acompanhou as carreiras de F. Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway e Tom Wolfe, entre muitos outros. Mas o mercado hoje tem condições muito diversas daquelas que vigiam no mundo editorial americano da primeira metade do século passado.

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Filosofando Sobre A Bondade

A BONDADE
PABLO NERUDA
Endureçamos a bondade, amigos. Ela é também bondosa, a cutilada que faz saltar a roedura e os vermes: é também bondosa a chama nas selvas incendiando-se para que os arados bondosos fendam a terra.

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Palomo Arriagada De Per Se

MANIFIESTO INCONCLUSO
PALOMO ARRIAGADA
“Tengo una telúrica expresión en cada una de mis manos
y me gusta escribir pastando con la tinta de vida
esa que si desparrama y revienta las palavras con amongelatina
por fuerza mayor ando en malos passos desde que nací
caminho con las réplicas del equipaje de lo que he vivido
mis pies avanzan en libre expresión levantando polvos desafios
arrastando las piedras divorciadas del asfalto”